Capitulo 21 ზ - Quando é amor, jamais deixa de ser

" A primeira vez que a pessoa se apaixona muda a vida dela pra sempre, e por mais que se tente, o sentimento nunca desaparece. "

  A Leticia, que eu ainda me recuso chamar de doutora, nos avisou que a Clara iria precisar passar a noite no hospital em observação só pra garantir que a medicação estava fazendo efeito e a febre não iria voltar. Fiquei preocupada sim, muito, odeio ver a minha pequena doentinha, faria qualquer coisa pra ser eu no lugar dela, mas como a minha mãe sempre diz pra tentar me acalmar, crianças ficam doentes, é quase inevitável, então parei de me culpar por ela estar ali e me preparei pra passar a noite com a mesma. Minha mãe concordou em ir pra casa mas não sem antes me obrigar a ir pra minha, pelo menos pra tomar um banho e comer. Quando voltei o meu pai estava no quarto com elas, brincando com a Ana Clara e o Neymar provavelmente também tinha ido pra casa porque a minha mãe o obrigou. 

Olívia: estou de volta 

Clara: mamãe o vovô sabe dançar galinha pintadinha - riu, era tão bom ver ela rindo, nem parecia que estava em um hospital 

Olívia: sabe é ? 

Mirela: ele é o bailarino da galinha né Clara ? 

Clara: é 

Sérgio: pena que o vovô tem que ir embora 

Clara: ah - fez bico 

Olívia: mas a mamãe vai ficar aqui 

Clara: e o meu papai ? 

Olívia: o seu papai eu não sei 

Clara: ele disse que vai - aí meu Deus 

Mirela: ele foi em casa só tomar um banho 

Olívia: mas só um de nós vai poder passar a noite aqui com ela 

Mirela: ele já deu um jeito nisso 

Olívia: que ótimo ter que passar a noite aqui com ele - falei só pra minha mãe escutar 

Mirela: Olívia por favor, se controlem e não briguem na frente da Clara 

Olívia: óbvio que não vamos fazer isso, somos adultos 

Mirela: quando querem são mais crianças que ela 

Olívia: mãe 

Mirela: e não são ? - revirei os olhos - a Clara jantou tá ? Comeu pouco mais comeu 

Olívia: eu também comi em casa então não precisa ficar preocupada comigo 

Mirela: me liga amanhã de manhã ? 

Olívia: aham - nos abraçamos 

Mirela: tchau princesa - beijou sua testa 

Sérgio: logo logo você vai pra casa tá 

Clara: cuida da Nutella do Chettos e do Fred pra mim vó ? 

Mirela: claro meu amor 

Clara: ah e do Bipo 

Olívia: já dei comidinha pra ele amor - acariciei seu rostinho. Meus pais se despediram da gente e saíram. Sentei na cama ao lado da Clara e ficamos vendo tv até ela começar a bocejar 

Clara: conta uma história ?

Olívia: claro - sorri - era uma vez em um reino encantado ... - contei história até ela pegar no sono., e ela já estava dormindo quando o Neymar voltou 

Neymar: dormiu ? - assenti e desviei o olhar. Depois do que aconteceu no elevador só de encara-lo já me sentia constrangida. Ele deu um beijo na Clara e sentou na poltrona. Ficamos em um silêncio tão aterrorizador que até as batidas do meu coração estavam me deixando tensa, então liguei a televisão. Nós dois focamos nossas atenções em um programa besta que estava passando e pra falar a verdade eu só conseguia pensar em nós dois ali juntos em um mesmo quarto depois de tanto tempo, respirando o mesmo ar. A minha cabeça começou a ter flashs de momentos nossos e isso fez com que se tornasse insuportável pra mim estar no mesmo ambiente que ele. Levantei sem olha-lo e já ia saindo do quarto quando sua mão segurou meu braço. Congelei e meu corpo todo se contraiu diante do seu toque, provando o efeito que ele ainda tinha sobre mim. Suspirei e me mantive imóvel, e ele também não ousou se mexer e muito menos soltar o meu braço, aquele momento que já estava estranho se tornou ainda mais. Ousei puxar meu braço pra tentar sair dali e ele no impulso me virou, nos colocando frente a frente. Encarei aquele par de olhos verdes perfeito, por alguns instantes e seus olhos não desviaram dos meus por um segundo se quer. Nos encarávamos com tanta intensidade que parecia até que tínhamos voltado ao passado. Nossos rostos foram ficando automaticamente cada vez mais próximos. Sua respiração já era sentida em meu rosto o que me fez estremecer. Eu estava mesmo disposta a pagar pra ver o que iria acontecer ali ? A verdade é que nem se eu quisesse conseguiria me afastar, estava perdida demais em seu olhar. Ele encurtou a pequena distancia que ainda havia entre nós e eu fechei os olhos, mesmo sabendo que aquilo não deveria acontecer. Seus labios tocaram os meus e senti um choque percorrer todo o meu corpo. Não, não tentei resistir, até porque seria em vão. Me entreguei completamente e seus lábios conduziram os meus, na sintonia perfeita que eles já conheciam tão bem. O gosto, as sensações, os sentimentos, o frio na barriga, estavam todos presentes, pareciam até intactos, e eu não sei descrever o quanto isso me deixou assustada. Parecia que nesses anos todos, o que sentíamos um pelo outro parou no tempo, e se manteve intacto. Uma de suas mãos desceu pra minha cintura e me apertou colando ainda mais nossos corpos o que me fez perceber que ele estava tão arrepiado quanto eu. Deixei que minhas mãos subissem para sua nuca e as entrelacei ali, o que o fez sorrir entre o beijo. Não queríamos de forma alguma por fim aquele momento, até porque não sabíamos o que viria depois, mas a falta de ar foi chegando de mansinho como um despertador que nos acorda de um sonho bom. Os meus pés que pareciam estar flutuando voltaram para o chão quando ele selou nossos labios, decretando o fim . Fiquei com medo de abrir os olhos e perceber que tudo não passou de um sonho, na verdade com medo de voltar pra realidade e me lembrar que não estávamos mais juntos. Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi a aliança em seu dedo. Burra, burra. Não podia ter deixado que isso acontecesse. Ele vai se casar. Sem nem olha-lo, porque não tive coragem, sai do quarto e assim que fechei a porta as lagrimas começaram a rolar. Chorei de saudade, saudade de momentos como esse que acabará de acontecer, saudade dele, de ser dele. Saudade de ser amada pelo grande amor da minha vida. Porque as coisas tem que ser assim ? Porque se a gente ainda sente algo um pelo outro, estamos separados ? Eu só queria sumir. Perambulei pelo corredor até tomar coragem e voltar pro quarto, porque a Clara poderia acordar e precisava de mim. Ao entrar no quarto novamente o encontrei virado pra janela falando no celular.
Neymar: ela esta bem amor ... não precisa ficar preocupada, provavelmente vai ter alta amanhã de manhã ... vou passar a noite aqui sim .... te dou noticias .... sim ... sim So ... vou desligar... beijos ... eu também. - desligou o celular e o guardou no bolso. Nenhum de nós ousou abrir a boca pra dizer algo. Sentei na cama ao lado da Clara e fiquei acariciando seu rostinho até pegar no sono. Quando acordei o Neymar não estava mais no quarto, agradeci a Deus por isso. Dei um beijo na minha pequena e levantei. Assim que peguei o celular na bolsa a Clara acordou.
Clara: mamãe - coçou os olhinhos
Olivia: oi meu amor - passei a mão em seu rosto
Clara: quero ir pra casa
Olivia: a gente já vai ta - beijei sua mãozinha
Clara: cade o papai ?
Olivia: não sei, deve ter ido ao banheiro
Clara: queria vocês juntinhos
Olivia: Clara
Clara: poque a gente não passeia junto ?
Olivia: filha, nós já conversamos sobre isso, o seu pai tem os compromissos dele e a mamãe tem os dela, é difícil.
Clara: por favor - a Clara sempre acha que com um por favor ela consegue tudo o que quer, e na maioria das vezes consegue mesmo
Olivia: não da amor
Clara: os papais dos meus amiguinhos passeiam juntos - seu olhar cortou meu coração
Olivia: a gente vai tentar ta
Clara: promete ?
Olivia: amor
Clara: promete mamãe ? - não faz isso comigo filha, depois do que aconteceu ontem, eu quero o máximo possível distante dele,
Olivia: prometo ta - beijei sua testa, a verdade é que ela não tinha culpa nenhuma dos nossos problemas de adultos.
Clara: eba - deu um sorriso tão lindo. Uma moça trouxe pão e leite pra gente e a enfermeira veio tirar o soro da Clara avisando que a médica já passaria pra lhe dar alta. O Neymar voltou pro quarto e eu deixei ele conversando com a Clarinha só pra não ter que dividir o mesmo ambiente com ele. Desci pra tomar um café na cantina do hospital. Me sentia imensamente culpada por ter deixado aquele beijo acontecer. Fomos tão idiota em pensar que um beijo facilitaria as coisas. Agora eu era a outra da historia, e por tecnicamente já ter sido traída não conseguia parar de pensar na Sofia. Isso tudo fazia com que me sentisse tão cansada emocionalmente que mal conseguia me manter em pé. Sentei em uma das mesas e bebi um pouco do café. Talvez se eu tivesse ido embora pra longe no passado nada disso estivesse acontecendo agora. Ou talvez a minha mãe esteja certa e essa historia vai me perseguir pelo resto da vida se não nos resolvermos. Voltei pro quarto uns 20 minutos depois e assim que eu entrei a Leticia apareceu nos avisando que a Clara estava de alta e poderia ir pra casa. Nos passou todas as recomendações e a receita pros remédios que ela precisaria tomar nos próximos dias.
Neymar: eu compro os remédios - falou assim que a Leticia saiu do quarto 
Olivia: não precisa se preocupar - respondi enquanto guardava as coisas da Clara e evitei olha-lo 
Neymar: quer que eu leve vocês pra casa ?
Olivia: estou com o meu carro
Neymar: peço pro Big vir buscar
Olivia: você tem treino pode ir, a gente se vira
Neymar: Olivia - se aproximou e eu me afastei
Olivia: pode ir, te dou noticias da Clara - ela estava distraída vendo desenho na tv 
Neymar: deixa de ser teimosa
Olivia: Neymar vai pro seu treino, por favor - ele tentou falar mais alguma coisa, mas eu não deixei 
Neymar: princesa, o papai tem que ir - beijou-a 
Clara: você vai la em casa ?
Neymar: amanhã o papai pega você
Clara: ta bom - se abraçaram - tchau papai - deu um beijo nele 
Neymar: tchau meu amor - piscou pra ela e saiu do quarto. Senti uma onda de alivio percorrer meu corpo. Não ter ele por perto com certeza me deixava mais confortável. Minha cabeça estava tão cheia que só quando coloquei a Clara na cadeirinha me dei conta de que ela estava bem novamente, e que tudo tinha sido só um susto. Entrei no carro e dei partida com ela tagarelando, nem parecia a  mesma menininha de ontem. No meio do caminho ela acabou cochilando, porque como a médica já havia avisado a medicação poderia dar sono. Liguei o radio pra me distrair e estava tocando Recaidas - Henrique e Juliano " E hoje, mesmo separados sinto que o seu corpo ainda é meu, as vezes me escondo e faço de tudo pra ninguém notar que eu, vivo e morro por ti. Tem semanas que às vezes sofro e vem as recaídas, Às vezes, eu queria ter o poder de poder te apagar da memória e nessa fraqueza  ter força pra fazer com que essa nossa história, não passe de passado e fique da porta pra fora. Se eu pudesse te apagar da minha mente, apagaria agora, mas toda vez que eu me lembro de nós dois meu coração sempre chora,  e é sempre a mesma historia. "
Olivia: droga - bati no radio e desliguei o mesmo. Sera mesmo que tudo resolver me atormentar esses dias ? Meu telefone tocou e era meu anjo da guarda, mas conhecido como Isabelli. Sei que estava dirigindo e não deveria atender mas precisa tanto ouvir a voz de alguém que acalmasse meu coração
Isabelli: como a Clara esta ?
Olivia: esta melhor, teve alta, estamos indo pra casa
Isabelli: graças a Deus, vou aproveitar que estou perto do seu canal e passo ai
Olivia: vem mesmo porque estou precisando de você
Isabelli: aconteceu mais alguma coisa além da Clara estar doente ?
Olivia: vem que eu te conto, tchau - desliguei e voltei a focar minha atenção no transito. Mais 5 minutinhos e chegamos no nosso prédio. Estacionei na minha vaga, desci do carro, peguei a Clara no colo e subimos pro nosso andar. Fui direto pro quarto da minha pequena e deitei-a em sua cama. Era tão bom ve-la deitadinha segura no seu cantinho. Encostei a porta e fui pra cozinha tomar uma água. Coloquei o copo na pia e a campainha tocou - entra - abri a porta e dei passagem pra Belli 
Isabelli: cade minha boneca ? - perguntou depois de me abraçar
Olivia: esta dormindo, vai la ver ela - ela foi pro quarto da Clara e eu sentei e liguei a televisão. Queria de qualquer forma fugir da realidade, mas não achei nenhum programa que me distraísse, e minutos depois a Beeli voltou.
Isabelli: um dia no hospital te deixou tão destruída assim ou é impressão minha ? - sentou do meu lado e colocou uma almofada no colo 
Olivia: a gente se beijou - precisava dizer aquilo a alguém ou iria simplesmente explodir. Ela me olhou tentando assimilar o que eu tinha dito enquanto deitei em seu colo.
Isabelli: você e o ...
Olivia: é, eu e o Neymar nos beijamos
Isabelli: se beijaram ? Puta que pariu - meio que gritou 
Olivia: a Clara, Belli
Isabelli: ai desculpa - tapou a boca com as mãos - como assim se beijaram ? Me conta isso
Olivia: nos beijamos ontem a noite, no hospital
Isabelli: e não era pra você estar feliz ?
Olivia: ele esta noivo Isabelli, não tem logica nos beijarmos e acharmos que o passado ficou esquecido - levantei 
Isabelli: não esta na hora de deixar o passado no lugar dele ?
Olivia: não tem como esquecer e fingir que nada daquilo aconteceu 

Isabelli: não venha me falar sobre a traição, porque você mais do que eu sabe que tudo aquilo foi armação - levantou também 

Olívia: Belli , eu não terminei com ele só por causa da traição, eu coloquei um fim na nossa história porque ele já não era mais o cara por quem eu havia me apaixonado 

Isabelli: e ontem quando o beijou, ele parecia o cara por quem se apaixonou anos atrás ? - fechei os olhos por alguns segundos  e quase pude sentir seus lábios nos meus novamente, mas balancei  a cabeça me obrigando a voltar pra realidade 

Olívia: para Isabelli, para, o que aconteceu no passado ficou no passado, a nossa história acabou

Isabelli: não é a mim que você precisa convencer disso, é a você mesmo 

Olívia: tá querendo me enlouquecer ? Já não basta todas as lembranças que aquele beijo me trouxe ? 

Isabelli: amiga olha pra mim - segurou minha mão e me obrigou a olhá-la - se eu bem conheço esse coraçãozinho magoado - colocou a mão sobre meu coração - sei que ele queria estar lá com ele agora e não aqui sofrendo - me abraçou e não disse mais nada, não era preciso. 

.

(...)

28 de Setembro de 2014 

    Quase uma semana se passou desde que a Clara ficou doente, e ela esta bem graças a Deus, ainda tomando remédios, mas esta bem, e isso é o que importa. É domingo e a tia Nadine resolveu fazer um almoço na casa deles no Guarujá, e ainda não sei porque concordei em ir, não sei se foi de tanto a Rafaela encher o saco ou se porque estou mesmo disposta a cumprir a promessa que fiz a Clara. Estamos no carro indo pro Acapulco e a Clarinha não para de falar no pai, esta tão animada por saber que vai passar o domingo com ele. Estacionei em frente da casa, sai do carro, peguei a Clara e a sua bolsa, travei as portas e fui tocar a campainha. 
Nadine: você veio - me abraçou sorrindo quando abriu a porta
Olivia: eu disse que viria tia - sorri 
Nadine: fico tão feliz por isso, por ter vocês aqui
Clara: olha vovó meu vestido - fez pose e ela se derreteu
Nadine: esta a coisa mais linda - pegou-a no colo e se abraçaram - vamos entrar -  deu passagem - fiquem a vontade, o pessoal esta na área de lazer
Clara: tia Rafa - a tia Na colocou-a no chão e a mesma saiu correndo quando viu a Rafinha 
Rafaela: princesa - carregou-a - que saudades
Clara: também tava - riu 
Olivia: só de mim que ninguém sente saudades
Rafaela: me belisca pra ver se eu to sonhando
Olivia: olha que eu belisco mesmo em - rimos e fomos indo pra cozinha. Enquanto a Clara tagarelava com a tia entrei no meu instagram.

olivsalt: Se a vida as vezes da uns dias de segundos cinzas e o tempo tic taca devagar. Ponha o teu melhor vestido, brilha o teu sorriso, vem pra cá

Olivia: tem muita gente ai Rafa ? - paramos antes de sairmos pra área externa 
Rafaela: não, só alguns parentes, e os meninos que você já conhece
Olivia: onde eu posso deixar a bolsa da Clara ?
Rafaela: lá em cima no quartinho dela
Olivia: vai indo pra fora com ela que eu vou subir lá
Rafaela: é a terceira porta a esquerda
Olivia: se comporta em amor, a mamãe já volta - dei um beijo nela e voltei pra sala. Subi as escadas e entrei no quarto da Clara. Era a primeira vez que eu entrava ali, porque nunca tinha vindo aqui, e o quartinho dela é apaixonante, tudo tem a cara dela, e o cheirinho também. Deixei a bolsa em cima da cama, peguei um ursinho e o abracei. Na verdade eu estava ali tomando folego pra poder encarar o Neymar e quem mais estivesse lá em baixo. A porta estava só encostada e ouvi quando ela se abriu lentamente atrás de mim. Me virei e dei de cara com quem  eu menos queria encontrar 
Neymar: gostou do quarto ?
Olivia: e a cara dela - sorri e coloquei o urso de volta em seu devido lugar 
Neymar: fiquei feliz por você ter vindo - se aproximou 
Olivia: prometi a Clara que tentaria ter uma relação mais amigável com você
Neymar: ela gosta de nos ver juntos
Olivia: é, e também não tem culpa nenhuma do que aconteceu com a gente - ficamos em silêncio e antes que eu perdesse o controle resolvi sai dali, mas ele me segurou
Neymar: Olivia esperava
Olivia: preciso descer 

Neymar: a gente vai continuar fingindo que aquele beijo não aconteceu ? 

Olívia: não deveria ter acontecido - evitei olhá-lo 

Neymar: Olívia 

Olívia: Neymar a gente não tem mais nada a muito tempo, aquilo foi ... foi ... um equívoco - me virei e já ia saindo de novo

Neymar: vai continuar fingindo que não sentiu nada ? - parou na minha frente e me obrigou a olhá-lo segurando os meus braços - eu sei que sentiu porque também senti Liv - ele me chamou de Liv, senti minhas pernas bambearem -  os sentimentos estavam todos lá, pare de mentir pra si mesmo

Olívia: nós estávamos em um hospital porque a nossa filha estava doente, isso nos deixou fragilizados e só por isso aquilo aconteceu, não tente enxergar coisa onde não existe - agi com tamanha frieza que até eu mesmo não me reconheci, e sai daquele quarto sem dar chance de resposta a ele.